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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Anna Claudia Ramos responde

A Anna Claudia é mesmo ligeira! Já respondeu tudinho pra vocês e com muita atenção e carinho. Estão curiosos? Vamos lá!



 Naniedias disse...
Que legal \o/ Vou aproveitar para fazer a minha pergunta.

Anna Claudia Ramos, como é ver seu livro já com 18 anos ganhar uma nova edição (super caprichada) e fazer tanto sucesso?
R: É muito gostoso e gratificante, me deu a dimensão que eu estava no caminho certo, pois se o livro sobreviveu ao tempo é porque ele ainda tem mito o que dizer e é quase atemporal. Na verdade a história da Mariana, a personagem central da obra, é uma história de buscas e descobertas, de autoconhecimento (que nada tem a ver com autoajuda, ok?), e quem não passa por este processo? Talvez por isso este livro tenha encantado tantos jovens há 18 anos e continue encantando os jovens hoje. Na verdade esse livro tem histórias incríveis, de pessoas que mudaram suas vidas se espelhando na coragem de Mariana. Jovens de diferentes idades, até mesmo adultos. Ganhar esta edição caprichada e poder contar com os depoimentos das pessoas que fizeram parte da primeira edição foi um presente muito especial, significa que o livro está vivo, que as pessoas continuam acreditando em seu potencial. Pra onde vão os dias que passam? está cheio de novos caminhos a percorrer. Quem sabe você vai percorrer um deles?


PARABÉNS!!!! ANNA CLÁUDIA RAMOS,
PARABÉNS!!!! EDITORA ESCRITA FINA,
O BOOKTRAILLER, REALMENTE, ESTÁ LINDO DEMAIS. AMEI.


MINHA PERGUNTA É A SEGUINTE:
POSSO DIVULGÁ- LO EM MEU BLOG?

SOU CRISTINA SÁ DO BLOG:
http://cristinasaliteraturainfantilejuvenil.blogspot.com
R: Obrigada pelo elogio, Cristina! Sou suspeita pra falar que o booktrailler está lindo, mas está mesmo, não é? Aliás, como tudo que a Escrita Fina produz, um capricho total!!

 αmαndα  disse...
Oiieee! O booktrailler ficou lindíssimo! O livro (apesar de eu ainda não ter lido-o) parece ser muito interessante! :)

Minha perguntinha é:

Quando e onde surgiu sua vontade de ser escritora?
R: Comecei a escrever profissionalmente em 1992, quer dizer, este foi o ano em que lancei meu primeiro livro, mas a escrita sempre fez parte de mim, desde muita pequena. Adorava fazer redação para a escola, diário, anotar coisas, inventar histórias. Na adolescência escrevia poesia, que foi minha primeira tentativa com uma escrita mais estruturada. Mas se eu pensar bem, a vontade nasceu foi na infância mesmo, pois sempre fui uma menina questionadora, inventadeira de histórias e sonhadora. Nunca me conformava com uma vida só, queria poder viver muitas vidas diferentes da minha. Acho que de tanto querer comecei a inventar novos mundos para morar, primeiro pelas brincadeiras de infância, depois escrevendo. Minha mãe guardou meus relatórios de escola, um deles data da minha passagem pelo jardim da infância, quando eu tinha quatro anos e um dos tópicos era: qual o cantinho preferido da aluna? O cantinho das histórias e dos livros. Ai tive certeza que desde sempre esse desejo me pertence. A certeza que eu seria escritora chegou aos dez anos, quando li o livro A bolsa amarela, da Lygia Bojunga. Copio aqui o que escrevi em meu site, acho que ilustra bem a sua pergunta:
Descobri muito cedo que a vida me faltava. Nunca estava satisfeita. Sempre queria um algo mais. Era como se uma vida só não me bastasse. Mas eu era criança, não entendia muito bem essa história de falta. Só sabia que existia uma coisa que me deixava mais feliz. A brincadeira. O jogo do faz de conta. O jogo da imaginação. E como eu adorava brincar e inventar que a vida podia ser diferente... Minha mãe chegava a dizer que não sabia onde cabia tanta imaginação numa menina só.
Claro que eu não sabia explicar essa sensação quando menina, mas sabia que se a vida não me desse qualquer coisa, eu podia inventar. Então, inventava fazenda com cavalos, montanhas, cachoeiras, casa com varanda grande, muitos primos brincando. Na vida de verdade eu não tinha nada disso, mas no faz de conta tinha. Passava horas brincando. Às vezes com meus amigos. Às vezes sozinha. Ficava quieta, com o pensamento longe, inventando um mundo novo pra morar. Não que eu não gostasse da minha vida. Não era isso. Mas eu não cabia só dentro daquela vida. Queria outras. Por isso, inventava mundos novos. Era só fazer assim: se a vida não me dava, a brincadeira me dava. Era como se a brincadeira suprisse minhas faltas e meus desejos de ter e ser diferente de tudo o que eu era. Até hoje não sei se era falta ou excesso de vida. Acho que as duas coisas ao mesmo tempo. Eu tinha excesso de vida dentro de mim, por isso mesmo acho que ela faltava, porque sempre queria mais. Queria conhecer coisas novas, lugares novos, pessoas diferentes.
Acho que foi por isso que fiquei fascinada, quando aos 10 anos, li o livro A bolsa amarela, de Lygia Bojunga. Esse livro marcou definitivamente a minha vida de leitora e escritora. A bolsa amarela tinha tudo o que eu acreditava, por isso me identifiquei  totalmente com a história e com a personagem Raquel, apesar de minha família ser muito diferente.  Ler A bolsa amarela, assim como ler vários outros livros de qualidade quando criança, foi como abrir horizontes em mim. Horizontes cheios de novas possibilidades e sonhos...
Mas acontece que eu cresci e não poderia ficar brincando tal como fazia quando criança. Então, um dia descobri uma coisa incrível: virar escritora foi a forma que encontrei de nunca parar de brincar. E hoje em dia vivo de escrever meus livros, de criar minhas histórias, onde posso brincar com meus pensamentos, meus sonhos, meus desejos, minhas faltas, minhas saudades, meus medos, minhas alegrias... Onde posso brincar com o tempo, dando forma às minhas ideias através da linguagem e da estética. Através da literatura: a arte de brincar com as palavras. A arte da narrativa, da palavra escrita. 

 CarolP disse...
Olá, já li o livro e fiz resenha no blog: http://www.burnbook.com.br/2011/03/resenha-pra-onde-vao-os-dias-que-passam.html

Gostaria de perguntar se você se inspirou em pessoas reais para construir a história, ou se foi tudo imaginação.
R: As duas coisas, Carol, me inspirei em pessoas reais sim, em muitas lembranças da minha adolescência, mas misturei tudo com muita imaginação. Quando usamos algo de nossa vida na literatura, aquele episódio deixa de ser nosso para ser de todos. Mesmo eu tendo me inspirado em pessoas reais, quando elas viram ficção não são mais as pessoas reais, viram personagens com identidade própria. A Mariana é um misto de tantas pessoas... Ela tem a força de uma amiga, a coragem de outra, os anseios que eu tinha quando adolescente, a vontade de continuar sempre querendo aprender. O Homem da Floresta eu me inspirei num amigo que é muito sábio uma pessoa muito espiritualizada. A Guardiã do Fogo é um misto de algumas pessoas que conheci ao longo da minha vida e que me deram a maturidade daquela senhora, afinal, eu escrevi este livro quando tinha apenas 25 anos...

 αmαndα  disse...
Falei deste post no meu blog:

http://www.primeiro-livro.com/2011/05/super-post.html

Beijinhos, :*
R: Obrigada, Amanda!!

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