Há um mês, portanto em 2 de abril, foi comemorado o aniversário de nascimento de Hans Christian Andersen, data, aliás, que marca o Dia Internacional do Livro Infantil. Se Andersen estivesse vivo, teria completado 206 anos. Queria muito ter escrito um texto em sua homenagem, além de ter organizado a sessão de contação de histórias “Parabéns, Andersen!” com as autoras Cristina Villaça e Hellenice Ferreira. Mas, na verdade, só fui perceber, fazer contato com esse meu querer, depois da data festiva. Pensei: vou escrever mesmo assim, contar um pouquinho, resumidamente, a vida desse homem que tanto contribuiu para o desenvolvimento da literatura infantil (e que é meu ídolo, confesso!). Postarei no blog exatamente um mês depois de seu aniversário. Mas então, concluí, será um texto de comemoração de seu desaniversário (com a licença de Caroll, Alice,Chapeleiro Maluco, a Lebre de Março e o Dormidongo)!Assim, cá está meu texto, minha singela homenagem.
Muitos dos que estão lendo (sim, eu acredito que o blog a cada dia que passa está sendo lido por mais e mais pessoas) sabem quem foi Hans Christian Andersen. Aos que não sabem, lhes digo agora: foi ele um famoso escritor dinamarquês de contos de fada. Nascido em 2 de abril de 1805, em Odense, cidade da Dinamarca, Hans Christian Andersen teve uma infância muito pobre. Sua mãe era lavadeira e seu pai, sapateiro. Filho único do casal, foi, por meio do pai, um amante das artes, que Andersen teve seus primeiros contatos com a literatura e o teatro. O pai sempre lhe contava histórias e fez para ele um teatrinho de marionetes com o qual Andersen não cansava de brincar.
Quando completou 11 anos, seu pai faleceu e ele teve que abandonar a escola para trabalhar. Três anos depois, Andersen se mudou para Copenhagen em busca de emprego como ator e acabou sendo aceito no Teatro Real da Dinamarca. Pouco depois, no entanto, estimulado por um colega que leu poemas seus, acabou se voltando para o estudo e a prática da literatura.
Escreveu romances adultos, peças de teatro relatos de viagens, mas foi por meio dos contos infantis que Andersen se tornou célebre. Muitos deles eram críticas à sociedade de sua época, como “A princesa e a ervilha” e “A roupa nova do rei” – uma curiosidade “O patinho feio” é uma história autobiográfica. Segundo o próprio Andersen, o patinho era ele mesmo, que sempre se considerou uma pessoa feia, com um nariz muito grande e os olhos pequeninos, como duas ervilhas.
Como até aquele momento do século XIX, praticamente não existiam autores que escrevessem para crianças, por sua grande produção voltada a esse público, Andersen é considerado um dos fundadores da literatura infantil. E é também por isso que foi instituída a Medalha Hans Christian Andersen, pela International Board on Books for Young People (IBBY), como prêmio para os maiores nomes contemporâneos da literatura infantojuvenil.
No ano passado, tive o grande prazer de conhecer Copenhagen, onde Andersen viveu durante vários anos e veio a falecer em 4 de agosto 1875. Lá tive a imensa satisfação de ver o quanto Andersen é reverenciado naquela cidade, bem como a literatura infantil. Além da famosa estátua da pequena sereia (personagem que dá título a uma das mais conhecidas histórias de Andersen) – um dos símbolos nacionais –, há uma imensa estátua do autor em uma das principais vias públicas, em frente a uma das entradas do maravilhoso Tivoli Parque (a foto acima mostra minha visita a essa estátua) e também um museu sobre a vida e obra do escritor, o Mundo Maravilhoso de Hans Christian Andersen (foi nesse local que li a informação de que o patinho feio é autobiográfico) e muitas outras esculturas que fazem referência ao autor e sua obra, como pude verificar numa visita a aos jardins públicos, ao lado do Castelo Rosenborg.
Fica aqui também minha reverência a Andersen e o imenso desejo de um dia ver, no Brasil, o mesmo amor e respeito pela literatura infantil que vi na Dinamarca.
Meu carinho a todos,
Laura
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